Crônicas de outros mundos - O Planeta da Revolta

A fuga do Coração 

 Por séculos, ciborgues e androides moldaram tribos primitivas, mas o equilíbrio foi rompido quando Coração de Eryndor, usando sua telepatia, abriu um portal para a Terra e fugiu, buscando liberdade no núcleo do planeta.
O império de Xtreme respondeu com fúria. Exércitos estelares, comandados por Lyra-9 e Kayle-13, travaram batalhas cósmicas contra as legiões abissais de Coração. Explosões iluminavam o vácuo, naves colidiam como estrelas cadentes, e a Terra tremia sob o peso da guerra. Coração, derrotado, foi exilado no núcleo terrestre, seus circuitos pulsando com runas de ódio.

O tabuleiro de jogos

Determinado a modernizar sua criação, Xtreme criou os jogos de guerra entre humanos onde lutavam por poder, riqueza e ascensão na hierarquia. Cada século, reprogramações evolutivas modernizaram civilizações antigas, substituindo-as por novas eras de experimentos, mas o custo foi devastador.

O bug de Xtreme 

No Planeta Esquecido, o vício nos jogos, transmitidos por hologramas, consumiu príncipes ciborgues, androides e humanos servis. Os implantes neurais, que amplificavam o frenesi, sobrecarregaram o suporte à vida do planeta. Cidades metálicas ruíram, engolidas por desertos de poeira estelar. Xtreme, drenado, entrou em hibernação, seus circuitos orgânicos silenciando. 

Um difícil recomeço 

Coração de Eryndor, preso no núcleo da Terra, perdeu sua voz telepática. As arenas, outrora brilhantes, tornaram-se ruínas, e o tabuleiro da Terra foi apagado.
No ano 1000, a humanidade terrestre, livre do controle de Xtreme, começou a evoluir. Lyra-9 e Kayle-13, agora relíquias de uma era esquecida, vagavam entre os escombros. Os humanos, sem memória de seus deuses artificiais, transformaram Xtreme e Coração em mitos: o Deus do Céu Flamejante e o Senhor do Abismo. Altares surgiram, adornados com fragmentos de drones de plasma e conchas abissais, enquanto cultos veneravam os ecos de um experimento cósmico.

Cápsula do tempo 

Mas, em uma cápsula do tempo, preservada dentro de um cometa que cruzava galáxias, um poeta alienígena, talvez um dos Criadores, deixou um registro gravado na poeira estelar:
“Na expansão cósmica, onde galáxias giram como dançarinos celestiais, este mundo antigo se desdobrou: um conto gravado no vazio. Seu nome, perdido no tempo, sussurra como uma melodia de eras esquecidas. Montanhas beijavam o céu, oceanos guardavam segredos, e florestas sussurravam sabedoria. Serpentes emplumadas, seres cristalinos e flora luminescente vagavam por suas terras, suas histórias ecoando por eras. Prados ensolarados floresciam ao lado de abismos escuros, harmonia e discórdia entrelaçadas. O coração do planeta pulsava com mistério, suas veias esculpidas por rios de tempo.”
Enquanto a Terra despertava, um pulso fraco no núcleo — runas abissais de Coração — tremia. Na órbita distante, um circuito de Xtreme piscava. O tabuleiro, apagado, ainda guardava segredos, e a história dos deuses artificiais estava longe de terminar.

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