O Pacto divino
Capítulo 4: O Pacto Divino
Na câmara de comando da Eclíptica, suspensa na órbita da Terra esquecida, o ar carregava o peso de séculos de guerra. Lyra-9 e Kayle-13, figuras onipresentes projetadas em hologramas pulsantes, enfrentavam Coração e Xtreme, cujas armaduras refletiam o brilho distante das estrelas. As últimas batalhas haviam reduzido as forças de Coração a escombros flutuantes, forçando-o a negociar. A Terra, um experimento jurássico abandonado pelos Criadores, aguardava seu destino.
Lyra-9 quebrou o silêncio, sua voz ecoando como um oráculo digital. “A guerra deve cessar. Propomos um pacto para dividir a Terra e preservar sua essência.” Um mapa holográfico do planeta girou entre eles, os oceanos brilhando em tons de safira e os continentes marcados por cicatrizes de conflitos antigos.
Kayle-13 apontou para o mapa, o tom firme. “Coração, as profundezas são suas — as cavernas onde esteve preso e os abismos dos oceanos. Os mares se curvarão ao seu comando.”
Coração, sua armadura gravada com runas antigas, cerrou os punhos. “E a superfície? O espaço?” Sua voz carregava a amargura de um líder derrotado, mas não quebrado.
Xtreme, os olhos ardendo com desafio, respondeu antes de Lyra-9. “A superfície é minha — desertos, florestas, montanhas. O espaço será meu domínio, com a Eclíptica patrulhando as estrelas.” Ele tocou a super arma em seu cinto, uma relíquia alienígena que ainda pulsava com energia proibida.
Lyra-9 ergueu o olhar. “E nós, Kayle-13 e eu, forjaremos novas civilizações com os humanos selvagens que rastejam entre as ruínas. Eu guiarei o Oriente, moldando suas mentes para a sabedoria. Kayle-13 liderará o Ocidente, construindo ordem no caos.”
Kayle-13 completou, com um sorriso frio. “Mas saibam: para esses humanos, vocês não serão apenas reis. Coração, nas profundezas, será um deus das trevas aquáticas. Xtreme, na superfície e no espaço, será um deus do céu flamejante.”
Coração hesitou, os olhos fixos no mapa. “Deuses...” murmurou, como se provasse o peso da palavra. “Que assim seja.” Ele estendeu a mão, e Xtreme a apertou, um gesto que selava o pacto, mas vibrava com desconfiança.
Enquanto a Eclíptica zumbia, Lyra-9 sentiu um arrepio. Nos registros alienígenas que decifrara no Domo da Terra, havia um alerta: a ascensão de deuses mortais poderia despertar a ira dos Criadores. O pacto, embora selado, era uma chama acesa sobre um campo de pólvora cósmica.
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