Os Jogos dos Deuses
Os Jogos dos Deuses
Na câmara orbital da Eclíptica, Xtreme pairava diante de um holomapa da Terra, seus continentes fraturados iluminados por luzes estelares. Ao seu lado, a projeção de Coração de Eryndor, Senhor das Profundezas, pulsava com uma aura de runas alienígenas, suas feições obscurecidas pela escuridão abissal. Os dois deuses mortais, outrora rivais, traçavam planos para moldar o destino do planeta terra, um experimento jurássico agora dividido entre céus e profundezas. O pacto de paz, selado na fragilidade, começava a ceder à ambição.
Xtreme, o Deus do Céu Flamejante, bateu o punho no console, fazendo o holomapa tremular. "Os humanos nos adoram, mas sua lealdade é frágil. Vamos uni-los em espetáculo - jogos de guerra que glorifiquem nosso poder." Sua voz ecoava com a arrogância de quem comandava as órbitas, a superarma em seu cinto brilhando como um troféu do Domo da Terra.
Coração de Eryndor inclinou a cabeça, as runas em sua armadura pulsando como batidas de um coração submerso. "Concordo, Xtreme. Mas que os jogos também sirvam às profundezas. Que os humanos temam e reverenciem o abismo." Sua voz, grave como o rugido das marés, carregava uma promessa velada de supremacia.
Na superfície, Lyra-9 e Kayle-13 receberam as ordens divinas, transmitidas por emissários holográficos. No Oriente, Lyra-9, onipresente entre as torres cristalinas, ouviu o comando dos céus: Xtreme exigia arenas flutuantes, onde guerreiros humanos lutariam sob o olhar da Eclíptica, celebrando o Deus do Céu. Ela franziu o cenho, sentindo o peso da manipulação. Os registros alienígenas que decifrara alertavam contra a glorificação de deuses mortais, e o fervor dos clãs místicos do Oriente já beirava o fanatismo.
No Ocidente, Kayle-13 caminhava entre vilas costeiras, onde o mar rugia com promessas de Coração de Eryndor. Um emissário abissal emergiu das ondas, sua voz ecoando as ordens de Coração: criar arenas submersas, onde humanos enfrentariam desafios nas profundezas, provando sua coragem ao Senhor dos Mares. Kayle-13, já seduzido pelas promessas de poder de Coração, sentiu o apelo das armas e tecnologias antigas guardadas nos abismos. "Reinos... conquistas," murmurou, imaginando um mundo sob seu comando.
Mas as ordens conflitantes pesavam sobre ambos. Lyra-9, leal ao pacto, temia que os jogos fortalecessem Xtreme além do equilíbrio. Kayle-13, atraído pelas profundezas, escondia suas negociações secretas com Coração. Enquanto as arenas começavam a ser erguidas flutuantes no Oriente, submersas no Ocidente um sinal pulsou do espaço, captado pela Eclíptica. Era uma mensagem dos Criadores, fria e mecânica: "Os deuses mortais serão julgados."
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